Oito garrafas onde a bebida clara e leve recebe carga extra de lúpulos
Pedro Landim - Publicado em 19/02/2021, às 18h00
As louras geladas que consolavam na madrugada, cantadas por Paulo Ricardo no auge do sucesso do oitentista RPM, eram bem diferentes. Hoje, procura-se o amargor além do banal, e a força dos aromas frutados e cítricos dos lúpulos.
No universo das chamadas artesanais, mesmo as cervejas lagers claras, mais leves em corpo e teor aloólico, e mais próximas àquelas de consumo de massa, muitas vezes passam pelo 'dry hopping', a adição de lúpulos a frio, no final do processo de fabricação, visando à extração aromática.
A lista a seguir inclui duas pilsners clássicas europeias, que igualmente se destacam pela personalidade aromática e o amargor que instiga, e convida ao próximo gole nessas louras privilegiadas.
Tropic of Thunder, Stone Brewing (EUA)
Com 45 unidades de amargor, e o álcool também um pouco acima de suas pares, essa fantástica lager clara da Califórnia mescla lúpulos Citra, Mosaic e Cashmere, numa bomba de aromas cítricos e de frutas como abacaxi e melão. (5,8% ABV)
Hell de Janeiro, Motim (RJ)
Frescor, equilíbrio, leveza e aromas transbordando são características desse clássico carioca, que utiliza leveduras de Ale fermentadas em baixa temperatura. Uma bela 'india pale lager' com dry hopping de lúpulos Columbus, Citra, Azzaca e Mosaic. (5% ABV)
Jever Pilsener, Jever (Alemanha)
Podemos e devemos aplaudir essa german pilsen clássica como uma senhora lager lupulada. Porque em seu perfeito equilíbrio, de final seco e amargor elegante, destacam-se as notas florais, herbáceas e picantes do lúpulo nobre alemão Hallertau. (4,9% ABV)
Pilsner Urquell, Plzensky Prazdoj (República Tcheca)
A pilsner que inaugurou o estilo é daquelas que temos como sonho de consumo uma geladeira cheia. A sensação de pão fresco dos maltes se equilibra à perfeição com os lúpulos Saaz, florais e condimentados. O amargor moderado e firme completa o gole. (4,4% ABV)
Start Up Overhop, Overhop (RJ)
A lager da cervejaria especializada em ales para lá de lupuladas, segue o padrão com amargor baixo, muita refrescância e leveza. Os aromas cítricos e de frutas tropicais respondem pelo nome de Citra. É o único lúpulo utilizado, de forma generosa, da fervura ao dry hopping. (4,5% ABV)
Jackpot Blondine, Blondine (SP)
A cervejaria resolveu fazer uma Munich Helles e acertou. A loura clara segue o estilo alemão e pede largos goles onde o biscoito do malte claro vem à frente, seguido pelo amargor leve e o aroma floral do ,lúpulo. Refrescante e seca, para beber à vontade. (4,5% ABV)
Danken Hoppy Lager, Danken (RS)
Hoppy lager gaúcha vencedora de medalha de ouro no Concurso Brasileiro de Cervejas, em Blumenau, com aroma cítricos e amargor moderado que deixam transparecer seu caráter maltado em base de pilsner. (5,0% ABV)
Vó Ana, Avós (SP)
Especializada na baixa fermentação, a casa paulista saiu da curva e fez uma lager com maltes de trigo, ganhando leveza em relação às mais conhecidas feitas com o cereal. Aproximando o resultado das refrescantes witbiers, utiliza raspas de laranja e sementes de coentro. (4,8% ABV)
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