Primeira versão do famoso tempero inglês com tamarindo e anchova foi considerada horrível
Da redação - Publicado em 18/03/2021, às 12h00
1 – Em 1835, o aristocrata inglês Lorde Sandys aprende na Índia a receita de um molho cheio de ingredientes insuspeitados. Encantado com ele, volta para cidade de Worcester disposto a fabricar a iguaria.
2 - Com esboço da fórmula nas mãos, contrata dois químicos locais para recriar o tempero: John Weeley Lea e William Henry Perrins. A dupla busca ingredientes e especiarias de várias partes do mundo, como anchovas espanholas, e coloca as mãos na massa (ou no molho).
3 – A primeira versão fica horrível! Com cheiro forte e sabor desagradável, o líquido é colocado num barril e guardado no subsolo da loja de Lea e Perrins.
4 – Dois anos depois, eles resolvem se arriscar e provar o molho. E ele está... incrível! Com sabor complexo, provocante.
5 - A mágica foi feita pela fermentação e pela maturação da mistura de vinagres de malte e álcool, anchovas, melado, tamarindo, cebola roxa, alho e especiarias.
6 - Lea e Perrins então se dedicam à fabricação da mistura que, rapidamente, se espalha pelas cozinhas profissionais e caseiras da Europa.
7 – Por causa da origem, passa a ser chamado de Worcestershire Sauce, o molho do condado de Worcester.
8 - Em 1897, os irmãos abrem uma grande fábrica na cidade, até hoje uma histórica edificação de tijolos vermelhos com portão de ferro laranja, onde o molho continua sendo produzido.
9 - A produção atual, na Inglaterra, é de 26 milhões de garrafinhas por ano, exportadas para mais de 130 países.
10 – Menos para os EUA, onde há produção própria. O americano é tão apaixonado pelo molho que a fábrica em Nova Jersey faz ali o mesmo volume da produção mundial.
11 - Além do rótulo cor de laranja, há versão das garrafinhas de 150 ml embrulhadas em papel branco, que lhe dão charme com a expressão: "Unrwap the flavor" (desenrole o sabor).
12 – O papel é herança da época em que ele protegia as garrafinhas nas viagens de navio.
Na época em os navios de passageiros era o must do transporte mundial, os irmãos Perrins fecharam um acordo com os comissários de bordo ingleses. Nele, as garrafinhas deveriam constar sobre todas as mesas de refeição.
• As cebolas inteiras e com casca fermentam e maturam no vinagre por 18 meses, assim como as cabeças de alho, em barris separados
• As anchovas vêm da Espanha e são colocadas na salmoura, seu processo tradicional de cura, onde ficam por cerca de dois anos desenvolvendo sabores e aromas complexos.
• Os barris são mesclados ao final num tanque, com a pasta de tamarindo, o melado e as especiarias ‘secretas’, onde descansam por mais dois meses Só então o molho é filtrado, pasteirizado e envasado, sem aditivos químicos.